by Revista Pilates
O que diria Joseph Pilates nos dias atuais? O criador do método que
mais cresce nas últimas décadas certamente teria um infarto agudo do
miocárdio (isto se também não fosse o endocárdio junto) se entrasse em
uma academia hoje e assistisse uma única aula do que as pessoas insistem
em dizer que é o Método Pilates.
Com o crescente marketing do Culto ao Corpo e da Boa Forma a qualquer
preço, esqueceu-se a real filosofia da técnica: a reabilitação do
corpo.
O alemão Joseph Pilates nasceu fraco em 1880; teve asma raquitismo e
febre reumática. Não se conformava com sua situação, então, por conta
própria começou a treinar. Foi especialista em cultura física, esqui,
boxe e ginástica. Também foi artista de circo. Mas foi após a Primeira
Guerra Mundial que mostrou o valor da sua técnica. Levou o seu método,
chamado de “Contrologia”, para Nova Iorque, onde criou o seu primeiro
estúdio, viveu e morreu aos 87 anos em plena forma física defendendo seu
estúdio de um incêndio.
O seu princípio básico, o Controle de Centro pela Power House (Casa
de Força, formada pelos músculos abdominais), deve ser respeitado,
juntamente com a respiração e a fluidez dos movimentos, ou seja,
movimentos lentos e bem executados.
Mas será que é isto que vemos por aí atualmente?
Em qualquer clínica ou academia, atualmente, vê-se uma enorme faixa com o
dizer: “temos Pilates”, mas as condições nas quais a técnica vem sendo
empregada são assustadoras. Sabemos que todas as técnicas são
reformuladas e atualizadas, mas no caso do Pilates está sendo demais.
Diversas escolas foram formadas, muitas sérias, mas o abuso vem sendo
dado pelas instituições que vem transformando a técnica em algo que
vise o puro fitness, prometendo corpos perfeitos em pouco tempo.
O marketing das academias em busca de mais alunos pela diversidade das
aulas oferecidas tornou o Pilates mais um “Arroz com Feijão”,
desprezando sua essência e objetivos.
A interação corpo-mente vem sendo substituída por repetições rápidas e
sem ritmo, desrespeitando a fluidez de movimentos. Nada contra as aulas
de solo e bola, que também fazem parte do repertório da técnica além
dos aparelhos de estúdio. Mas de onde saiu o Aqua Pilates? E o Jump
Pilates?
Fica difícil imaginar o Controle de Centro pregado por Joseph dentro de
um ambiente sem gravidade como no caso de uma piscina. E em cima de um
minitrampolim? E o Cardio Pilates, que faz repetições rápidas para que
haja queima calórica?
Não vejo problema algum em utiliza os princípios da respiração e o
posicionamento correto da coluna em outras técnicas, mas daí dizer que é
Pilates… Pobre Joseph. Provavelmente nunca imaginou que isso poderia
acontecer.
Outra preocupação deve ser com o número imenso de instrutores
formados em cursos de apenas um fim de semana, quando sabemos que em
algumas linhas o treinamento é de meses.
Você já parou para analisar se o seu instrutor é realmente
qualificado para aplicar uma técnica que pode causar lesões sérias
quando mal aplicada?
Turmas com mais de 20 pessoas são ministradas em academias e será que o
seu instrutor é tão versátil para conseguir acompanhar todos ao mesmo
tempo.
Esqueceu-se o objetivo e com isso, a grandeza da técnica vem sendo
apagada e se tornando mais uma aulinha de academia dentro de um horário
com várias outras aulas. Tudo isso porque todo mundo quer fazer a mesma
coisa que a Madonna. Bastou ela falar o que fazia e pronto! Quer
marketing melhor?
Bom, mas como ainda confio em algo denominado bom senso e amor a sua
própria coluna e relembrando o já batido, mas verdadeiro ditado que diz:
“O barato sai caro”, “não troque gato por lebre” e procure um bom local
para realizar a sua aula. Afinal, Joseph Pilates merece.
Autor: Francislaine Aretusa Souza
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